O que está acontecendo? alguém me explica?

Nem sei o que hoje escrever aqui. São tantas sensações estranhas que não sei dizer o que são.

Meu peito apertado, lágrimas presas, sorriso forçado, vontade de ficar trancada e não ver e nem falar com ninguém, vontadade de durmir muito e acordar sem essas sensações.

Estou perdida dentro do mundo que eu criei pra viver, um mundo só meu, onde posso chorar sem ninguém ficar perguntando porque estou chorando. Nem eu sei porque, meu choro simplesmente despenca sem eu perceber.

Cada dia vou sobrevivêndo, esperando o amanhã, e o depois de amanhã, e o depois, e o depois ...

O fim do ano está aí, e não me sinto empolgada para o jantar de natal, a provável viagem de carro de São Paulo até a Bahia, mas nada disso me anima, só fico mais animada quando tomo um daqueles comprimidos, mas o efeito acaba e esqueço minha animação química.

Mesmo casada, com uma cachorrinha linda, sinto-me solitária, não consigo conversar com meu marido, fico muito tempo quiétinha viajando pelas estradas do meu mundo. Uma das estradas do meu mundo é esse Blog, são estradas sem fim, com desertos e cáctos para qualquer lado que olho além da estrada.

Nada que começco termino, nada que faço dá certo, tudo que quero fazer de verdade não posso, não tenho condições.

Já estou com quase 22 anos, e passo os dias tentando mapear um rumo, tentando fazer metas, mas nada dá certo, nada que sonho se concretiza.

Queria voltar fazer teatro, voltar a trabalhar como modelo comercial, voltar ter amigos.

Acho que nunca tive amigos, eu não consigo cultivar amizades. Simplesmente eu prefiro ficar sozinha, nem nas mais de 12 escolas que estudei da quinta série até o terceiro colegial eu fiz amigos.

Eu enjoava da escola e mudava.

Sinto invéja dessas pessoas e estudaram a infância e adolescência toda na mesma escola, ir para festas de 15 anos (nem tive a minha), ir durmir na casa de alguma amiga, ir no shopping com uma galera, ir para balada com todos os amigos, fazer doideras. Não tive isso.

Invés de tentar voltar minhas amizades de infância do prédio onde morei desde que nasci até os 12 anos, quando voltei morar lá com 20 ou 21 anos, simplesmente me perdi num caminho que graças a Deus com a ajuda de uma única pessoa, voltei ao mundo "Bonito", essa pessoa é meu marido hoje, e Deus acima de tudo.

Sinto que estou caindo num buraco no meu mundo. Mas aqui na Terra não falo e nem demonstro nada.